André de Aquino*


*graduando em letras com habilitação em português.
 


A GLAUCO MATTOSO


fecha os olhos

para derramar teu silêncio

teu vinco
teu vínculo com a palavra
instintiva

teu verbo virgem

(verbo-hímem)

tua língua orgásmica




MEUVERBOÉVERMELHO


meuverboévermelho
é batom de
puta

epitélio
carne
verme

menstru
ação

escrita viva

vulva secreta

a glande que desvela-se
vinda de dentro do Ví
                                Cio



UM QUASE-SONETO GLAUCOSIANO


me res
pau
do no
glau

co
mat
oso
aquo

so laico
metoso cor
te

no oco
quero ser
glauco mattoso




AO GUAXE


umagarra
fa não é um
a garra
fa é ant
es uma (quase) arte




CARALHO É COISA É COISA


caralho é coisa é coisa
pra caralho caralho não é
nome caralho é peça de xadrez é
fruta escrita sagrada
palavra fudida
não sou o caralho que gosta
ria sou um cara( solitário sem o )alho que permita
sou a permuta a pica a puta da esquina a
vida



i XEQUE !

                                            i xeque !

lança-
palavras

descalças
sobre um cavalo vermelho

                                            ! zás i

come-palavras
saltitantes
sobre um tapete vermelho

o poema cai
atira uma toalha vermelha
lhe falta um dente

onde estará?
terá sido levado pelas fadas?
ou
atirado sobre um telhado-tabuleiro
vermelho de sol?

                                               i mate !

0 comentários: